Dulcivânia Freitas, jornalista
A Embrapa no Amapá recebeu a visita do presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, e do Assessor Jurídico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Eduardo Caldas. O objetivo da visita técnica, coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi estreitar as relações com a Embrapa no Amapá, centro de pesquisas referência em estudos voltados para o combate à mosca-da-carambola. “Viemos até o Amapá para conhecer esse trabalho e para se tornar referência de integração para as outras unidades da federação. Trabalhamos em conjunto com os órgãos de regulação e sabemos que o trabalho da Embrapa é importante para esse combate”, afirmou Barcelos.
A agenda dos representantes da Abrafrutas e da CNA com os gestores e equipe técnica da Embrapa fez parte de uma programação coordenada pelo superintendente do Mapa no Amapá, José Victor Torres, incluindo a participação do governador em exercício, Jaime Nunes; do secretário Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Daniel Montagner; dos gestores da Agência de Defesa Agropecuária do Amapá (Diagro) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Amapá (Faeap); e do deputado estadual Jesus Pontes. As instituições buscam apoio político, por meio da superintendência do Amapá do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para a criação de um fundo de investimento em defesa. Se aprovado, esse recurso será usado para fomentar a pesquisa contra a praga, monitoramento, fiscalização e controle das ações.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa no Amapá, Nagib Melém, as reuniões de alinhamento e prospecção de demandas conjuntas ocorreram no Mapa e na Embrapa. “Os visitantes conheceram o laboratório de Proteção de Plantas e as pesquisas desenvolvidas para o controle da mosca-da-carambola. Também estiveram em área de produção de frutas onde é feito o monitoramento da praga, como também aproveitaram a oportunidade para conhecer o experimento de cultivo de açaí em terra firme no Campo Experimental do Cerrado e uma área de cultivo de abacaxi no município de Porto Grande”, detalhou Melém.
A mosca-da-carambola é uma praga quarentenária presente no Brasil. Ou seja, possui importância econômica potencial para uma área em perigo, mas sem ampla distribuição. Sua presença está restrita aos estados do Amapá, Pará e Roraima, sob controle oficial do Mapa. Segundo o presidente da Abrafrutas, o investimento é necessário para atuar de maneira preventiva, impedindo que a mosca-da-carambola avance para outros estados. O Ministério da Agricultura estima que, se a mosca-da-carambola ficar fora de controle no Brasil, poderá gerar um prejuízo potencial de US$ 30,7 milhões no ano inicial e de cerca de US$ 92,4 milhões no terceiro ano de infestação. O esforço é preventivo para evitar a entrada da mosca-da-carambola em áreas do Brasil produtoras e exportadoras de frutas, evitando prejuízos em torno de R$ 400 milhões anuais, no caso de as exportações de manga, laranja e goiaba serem suspensas, por exemplo. A origem do inseto é o Sudeste Asiático, sendo considerada espécie invasora no Brasil, Suriname, República da Guiana e Guiana Francesa. No Brasil, a mosca-da-carambola foi registrada em 1996 em Oiapoque, município na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa.