A partir de hoje, 1º de agosto de 2025, entra em vigor a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros que entram no país. A principal justificativa é o alinhamento político do Brasil com países de regimes com democracias rotas, o que acabou colocando o país no chamado “eixo das ditaduras” aos olhos do governo americano. Questões envolvendo perseguição política e censura por parte do judiciário e executivo brasileiro também foram anotadas como razões para a medida extrema do governo americano contra o governo brasileiro.
No entanto, após identificar que o tarifaço aos produtos brasileiros também impactaria o consumidor americano, a Casa Branca retirou 697 produtos dessa lista. Entre os produtos livrados da taxação estão o suco de laranja, petróleo e aviões. Analistas apontam que, apesar da pressão de congressistas americanos, o governo Trump só cedeu após lhe serem apresentados os impactos que as medidas teriam nas empresas americanas que dependem desses produtos e que acabariam arcando com o aumento de custos.
Para muitos setores do agronegócio brasileiro, essa exclusão traz alívio imediato, mas para outras, como o setor de carnes, o alerta continua ligado, pois esses produtos continuam sobretaxados pelo país, um dos principais destinos das nossas carnes. Outros setores, como o da indústria, principalmente metalurgia, têxtil e peças, seguem na lista e podem sentir os efeitos já nos próximos meses, com perda de competitividade, queda de exportações e risco de desemprego.
Autoridades brasileiras têm tentado contato com autoridades americanas para negociar a reversão ou mesmo a prorrogação do prazo para o tarifaço. Até mesmo o vice-presidente Geraldo Alckmin entrou em cena, mas a diplomacia brasileira de então está bem distante daquilo que já foi um dia, e até hoje nenhuma reunião entre as chancelarias foi realizada com esse intento. O Brasil se tornou um anão diplomático e quem sofre com isso é a economia do país, que já foi considerado o celeiro do mundo.
Por semanas, o governo americano vem alertando para os movimentos do governo brasileiro em direção à censura, perseguição política e alinhamento com ditaduras e, como não foi ouvido, Trump elevou o tom. O recado está dado: decisões de política externa podem virar problema real no bolso de produtores, indústrias e consumidores.
A lista completa com os produtos na lista de livres do tarifaço está disponível no site oficial do governo dos Estados Unidos.
https://www.whitehouse.gov/presidential-actions/2025/07/addressing-threats-to-the-us/