Portal do Agro
Regularização fundiária é discutida por promotores de Meio Ambiente, parlamentares e representantes de órgãos públicos
Destaque Notícias

Audiência pública no MP debate regularização fundiária e futuro do agronegócio

A legalização das atividades de agronegócio e extração de madeira no Amapá foi o assunto tratado durante a semana, pela promotora de justiça do Meio Ambiente e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CAOP-AMB), Ivana Cei, e promotor de justiça do município de Porto Grande, Wueber Penafort, com representantes de órgãos públicos, das categorias e parlamentares. A falta de licenciamento, que impede a legalização das atividades, ocorre em quase todo o estado, porém as demandas mais preocupantes estão dentro de duas áreas protegidas por lei, a Floresta Estadual do Amapá (Flota) e entorno da Reserva Biológica (Rebio) do Lago Piratuba

A reunião foi deliberada no último encontro, ocorrido no município de Cutias do Araguari, em setembro, quando o Conselho Consultivo da Rebio chamou o Ministério Público do Amapá (MP-AP), representantes de instituições públicas e de classe, e ambientalistas, para que debatessem sobre exploração ilegal, licenciamento, e riscos ambientais como efeito da exploração de soja no local. Na ocasião, a promotora Ivana Cei se comprometeu em dar andamento às discussões que até cheguem a um entendimento, e ampliou o tema para a categoria de madeireiros, que passam por situações semelhantes com relação à licenciamento. 

Licenciamentos

A falta de controle sobre a regularização fundiária e de transparência no licenciamento ambiental no Amapá é alvo de denúncias, especulações e ações do MP-AP, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF). Em setembro desse ano, foi deflagrada a operação Sesmaria no Instituto de Florestas do Amapá (IEF) e Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (IMAP), por suspeita de fraudes na concessão de planos de manejo florestal na Flota. A concessão de licenças sob indícios de ilegalidade com inserção de dados fictícios no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), fez com que a PF confiscasse dos órgãos documentos e processos de anuências, e os licenciamentos foram paralisados.

Esta paralisação foi apontada pelo diretor interino do IEF, Otni Alencar, e diretora interina do IMAP, Edilene Ribeiro, como motivo do impedimento da análise de licenciamentos, impossível, de acordo com o gestor, em razão da ausência de documentos. A diretora Edilene informou que a legislação estadual permite licenciamento até 2 mil hectares, a Federal, até 1 mil hectares, mas que a determinação judicial impede a licença acima de 500 hectares. “Se não fosse a decisão judicial estávamos licenciando até 1 mil hectares”, disse Otni Alencar. 

A promotora Ivana Cei ressaltou que o MP-AP foi um dos órgãos que cobrou a transparência nos procedimentos dos dois órgãos ambientais e recorreu à Justiça, porém as medidas para digitalizar e incluir as informações no site oficial não foram tomadas, o que poderia ter evitado este transtorno. O promotor Wueber Penafort falou ainda que os órgãos não atenderam aos autos do procedimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Nº 056, deixando de informar sobre as competências e deixaram de prestigiar pequenos agricultores que já ocupavam as terras, o que foi determinante também para a decisão judicial.

Alternativas

Patrícia Pinha, do Conselho da Rebio do Piratuba relatou sobre a expansão do plantio de soja na região, Área de Preservação Permanente (APP), reforçando que o assunto precisa ser discutido sob o ponto de vista ambiental, e com atenção redobrada para o cerrado, com respeito às conexões naturais. Nagib Melém, da Embrapa, explicou sobre a disponibilidade de tecnologia do órgão, a respeito do programa Soja Livre, que pode se tornar uma alternativa atrativa economicamente, levando em consideração as preferências dos mercados europeu e americano. Ele pediu que os representantes da Assembleia Legislativa (ALAP) apoiem a implementação do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que é uma ferramenta de combate aos problemas de regularização que atualmente o Amapá enfrenta.

Leia também

Agronegócio trará empregos que o Amapá precisa, diz pecuarista e deputado Jesus Pontes

 

 

 

 

DEIXE SEU COMENTÁRIO ABAIXO:

Publicações Relacionadas

Produtos da sociobiodiversidade do Amapá levam pesquisadora à Europa

Cleber Barbosa

Embrapa-AP apresenta projeto que evita contaminação da doença de chagas pelo consumo do açaí

Redação Portal do Agro

Pagamento por serviços ambientais serão tema de evento na Escola Família Agrícola

Redação Portal do Agro

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Nós vamos assumir que você está bem com isso, mas você pode optar por sair se quiser. Aceitar Ler mais

Política de Privacidade & Cookies