Entidades empresariais do comércio e do setor produtivo lançaram no fim de semana o movimento denominado “Amapá que Produz – Construindo caminhos para o Desenvolvimento”, voltado a debater alternativas econômicas para o Estado. O local escolhido para a primeira plenária foi emblemático, o Vale do Jari, no Sul do Estado, uma das regiões que mais necessita repensar suas vocações, especialmente pelo contraste com um território mais desenvolvido e industrializado do outro lado do Rio Jari, no vizinho estado do Pará.
O movimento é encabeçado por instituições como a Casa do Agro, que reúne as entidades APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e a ACRIAP (Associação dos Criadores do Amapá), que tiveram participação decisiva no evento. “Queremos promover a autonomia política e independência econômica do cidadão, bem-estar social e dignidade humana da sociedade amapaense”, disse o presidente da ACRIAP, pecuarista e economista Jesus Pontes.
Daniel Sebben, da APROSOJA, disse que o momento não poderia ter sido melhor para o lançamento deste amplo debate sobre o futuro do Amapá. “Queremos sim aproveitar a mobilização que as Eleições 2018 deverão produzir para também dialogarmos a respeito sobre as propostas para que o poder público possa interagir com a iniciativa privada no sentido de ampliar a capacidade do Amapá produzir o seu sustento”, disse o produtor rural.
Outra importante liderança do movimento, Gilcimar Pureza, esteve no evento de lançamento do projeto, na Câmara Municipal de Laranjal do Jari e destacou a representatividade do setor. “Somos produtores rurais, pescadores artesanais, garimpeiros, madeireiros, extrativistas e comerciantes unidos pelo setor produtivo cuja ideologia é o trabalho.
O movimento
O Brasil no momento atual passa uma aguda crise econômica, social e política impondo enormes desafios ao povo brasileiro, sobretudo àqueles que conduzem o desenvolvimento do país, seja na produção de alimentos e no equilíbrio da balança comercial (agricultura, pecuária, extrativismo, produção mineral) e na geração de empregos (indústria, comércio e serviços).
O Estado Brasileiro no Executivo mostra ineficiência na gestão pública, não consegue suprir as necessidades da população, o Legislativo e Judiciário tem se mostrado com pouca credibilidade perante a nação gerando uma crise ética.
No Amapá, o impacto é ainda maior, pois não temos uma matriz definida de desenvolvimento, não há um plano a médio e longo prazo, somos um Estado dependente de repasses da União que a cada ano se mostra insuficiente pois não acompanha a necessidade do crescimento da população. Um Estado que não produz seu alimento, não industrializa suas matérias-primas, não tem soberania sobre suas terras e suas riquezas naturais, desequilibrando o chamado desenvolvimento sustentável, pois se sacrifica o fator HUMANO. A soma desses indicadores tem como resultado: pobreza, fome, violência, drogas.
Diante desse cenário nasce o movimento, “AMAPÁ QUE PRODUZ”, uma mobilização do setor produtivo do Estado do Amapá, para construir uma proposta de trabalho por quem já atua na geração de trabalho e renda, por meio das suas atividades produtivas. Uma aliança para fazer a sua parte na mudança deste cenário obscuro que estamos caminhando.
Mais imagens