Dulcivânia Freitas – Jornalista
O pesquisador Arnaldo Carneiro Filho, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, vai ministrar palestra intitulada “Agricultura versus Recursos Naturais – Temos um incrível passado pela frente?”, a partir das 15 horas desta segunda-feira, 13/05, no Auditório Tucuju, na Embrapa Amapá. A apresentação faz parte da programação de conferências que o pesquisador realiza em algumas regiões da Amazônia com a finalidade de mapear a dinâmica, impactos associados e atores relevantes no debate conservação e agricultura na Amazônia. Como parte da palestra, ele vai abordar as estratégias de inteligência territorial disponíveis para conciliar agricultura e conservação. O ciclo de conferências do pesquisador Arnaldo Carneiro Filho é promovido em parceria com as Unidades da Embrapa na Amazônia. O público-alvo é formado de gestores, técnicos, agentes públicos, estudiosos e parlamentares atuantes nesta temática.
Dedicado a estudos na área da dinâmica territorial no Cerrado e Amazônia, com foco na expansão da soja, o pesquisador do INPA é Engenheiro Agrônomo graduado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) com título de doutor em Paleoecologia (parte da ecologia que estuda os ecossistemas e os modos de vida dos animais extintos) pela Universidade de Strasbourg, na França. Conforme o material de divulgação do pesquisador Arnaldo Carneiro Filho, sua conclusão é que os dilemas entre agricultura e conservação “têm servido para manter práticas improdutivas, ilegais e desnecessárias. “Uma análise acurada da dinâmica territorial brasileira permite vislumbrar cenários onde conservar e produzir são complementares”. Ainda segundo Carneiro, a inteligência territorial parece ser a chave para solucionar esses conflitos. Na palestra, o pesquisador apresentará resultados de estudos acadêmicos, como plataformas inovadoras, análises, além de diversas soluções desenvolvidas e testadas nas cadeias de produção, que permitem ampliar a transparência e ao mesmo tempo compartilhar responsabilidades com os atores envolvidos.
O pesquisador ressalta que, Amazônia e o Cerrado, juntos, contribuem com pelo menos 1.4 milhões de hectares convertidos anualmente e aproximadamente 955 milhões de toneladas de equivalente de dióxido de carbono (~955 Mt CO2e). “Proteger a Amazônia e o Cerrado e ao mesmo tempo encontrar soluções para uma expansão sustentável da agricultura brasileira constituem o objetivo maior destes esforços. Os cenários de alterações em marcos regulatórios podem contribuir sobremaneira para o aumento do desmatamento desnecessário, construindo um futuro repleto de passado”.
Arnaldo Carneiro Filho é pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Foi diretor de Gestão Territorial Inteligente da Agroicone e Diretor Científico da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, quando coordenou o esforço de construção do Núcleo de Inteligência Territorial do Ministério da Agricultura. Nos últimos anos, coordenou a estratégia de inteligência territorial do projeto INPUT (https://www.inputbrasil.org/equipe/arnaldo-carneiro-filho) com o objetivo de fornecer informações e modelos espaciais sobre as principais questões para o Brasil: reduzir desmatamento, otimizar o uso do espaço agrícola e promover a conformidade das Lei de Proteção da Vegetação Nativa (por exemplo, o Código Florestal) no Brasil. Em 2018 ele coordenou a estratégia de engajamento na cadeia de fornecimento de soja para a Global Canopy e colabora para o desenvolvimento da plataforma de transparência Trase.