O diretor de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, afirmou que em dez anos o Brasil será um grande fornecedor de alimentos para a Índia.
Gedeão participou, de 22 a 27 de janeiro, da missão oficial do governo ao país asiático para buscar acordos comerciais para o setor agropecuário, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, e da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Hoje a população da Índia ultrapassa 1,3 bilhão e em pouco tempo será a maior do mundo. No médio e longo prazo, ela terá que importar alimento de outros países, uma vez que o campo não está preparado para atender esse consumo interno crescente”, diz o produtor.
Segundo ele, o Brasil tem condições de suprir essa necessidade. “A visita do governo brasileiro foi muito importante para estreitar o relacionamento comercial e estabelecer confiança entre os países”, disse.
Durante a missão, o Ministério da Agricultura firmou cooperação técnica na área de produção animal. O acordo prevê parceria em sanidade animal, capacitação técnica e pesquisa em genômica bovina e intercâmbio mútuo de germoplasma (material genético).
Na Índia
O Brasil também vai exportar gergelim para o mercado indiano e passará a importar sementes de milho. “Estamos abrindo para a Índia as exportações de semente de milho, levando tecnologia indiana para o Brasil. Isso será muito importante para o começo da cooperação entre os nossos governos”, explicou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Seminários empresariais e reuniões com autoridades do governo da Índia também fizeram parte da agenda de compromissos da delegação brasileira.
Números – Em 2019, o Brasil exportou US$ 841 milhões em produtos agropecuários para a Índia. Óleo de soja, açúcar de cana e algodão foram os destaques nas vendas e representaram cerca de 70% da pauta exportadora do agro brasileiro ao país.