O agronegócio brasileiro enfrenta uma série de desafios e, recentemente, as novas gerações têm exigido atenção especial para o tema. A sucessão familiar no agronegócio pode enfrentar uma série de desafios, que variam conforme a situação específica de cada família e/ou empresa agrícola. Alguns dos desafios mais comuns que tenho observado são respectivamente:
Preparação inadequada
Ou até mesmo a total desatenção ao tema. São frequentes os casos de grandes fortunas no agronegócio que somente são discutidas após a morte do patriarca. Quem nunca observou sucessores que sequer receberam preparação e desenvolveram habilidades mínimas de gestão, conhecimento técnico e compreensão do mercado, tornando ainda mais desafiador a continuidade e o sucesso do negócio.
Conflitos familiares
São frequentes as disputas judiciais, que são a alegria de advogados, que engordam seus bolsos na disputa de qual parte fica com a melhor parte do espólio. Não ter definido quem deve assumir o controle da empresa ou sobre como a propriedade e os ativos devem ser divididos podem ser significativos e prejudicar a transição suave para a próxima geração.
Expectativas divergentes
Esse é outro ponto que afeta a sucessão familiar. Diferentes gerações e vivências podem resultar no entendimento distinto a respeito do futuro do negócio. Em geral, os membros mais velhos da família, aqueles que acompanham o negócio de perto, têm visões mais centradas e muitas vezes têm abordagem mais conservadora que os mais jovens. Estes, enviados a cidade grande para estudar ao custo do trabalho no campo, voltam desejosos de aplicar todo o conhecimento acadêmico, adquirido com seus gurus, que muitas vezes não sabem nem para que lado abre a porteira.
Falta de plano de sucessão
De longe esse é o ponto mais delicado, e é muito, mas muito mais comum que muitos imaginam. Tenho visto grandes empresas do agronegócio sem nenhuma linha escrita no que ser refere a elaboração de um plano claro de sucessão. Essa negligência, além de levar a incertezas, tende a gerar desconfiança e conflito entre aqueles que se consideram preparados ou com direito de assumir a liderança nos negócios. A falta de um plano sucessório leva quase que invariavelmente a disputas, descontentamento, conflitos e até tragédias. Algo tão simples e tão delicado que não tem razão para ser tão negligenciado.
Questões legais e fiscais
Questões relacionadas à tributação, sucessão de propriedade e estruturação legal da empresa podem se tornar extremamente complexas se não houver preparação para encará-las. Essas questões exigem orientação especializada e que garanta uma transição suave, eficiente e menos dispendiosa. A diferença entre uma empresa que se prepara para a sucessão no que se refere às questões legais, e uma que faz amigavelmente após o espólio pode superar os 30% do patrimônio. Já imaginou o impacto de deixar 100 hectares para seus herdeiros e 30 desses ficar com advogados e com o Estado?
Por esses e inúmeros outros motivos os patriarcas e matriarcas do agronegócio precisam perder o medo de tratar do assunto com suas famílias e buscar empresas especializadas em estruturação de sucessão familiar. Hoje, existem empresas especializadas em conduzir o processo de sucessão familiar, estruturação de holdings, trustee e doação em vida, bem como outras especializadas em formar sucessores, transformando herdeiros em sucessores, como a IBRA AGRO, do amigo Thiago Couto (62) 9985-9986, que assina comigo esse artigo. Mas, independente do modelo a ser adotado, esse é um tema que não deve ser tratado tardiamente. Deixar para depois é tudo o que o Estado quer que você faça para poder abocanhar uma maior parte da riqueza que você construiu. Não deixe para o Estado o fruto de uma vida de trabalho, se adiante, procure um especialista e garanta o patrimônio para seus filhos e netos.