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Bactolac: Agtech do Amapá desenvolve probiótico para piscicultura

Os probióticos são microrganismos vivos, bactérias ou leveduras, que podem ser administrados para gerar benefícios à saúde animal, criando uma camada probiótica na microbiota intestinal que protege o organismo de patógenos, melhorando a imunidade e potencializando a absorção de nutrientes.

As Agtech’s são empresas startup’s de inovação e tecnologia voltadas ao desenvolvimento do agronegócio e capazes de realizar grande agregação de valores a diversos produtos pelas soluções apresentadas ao processo produtivo. Em Israel, por exemplo, onde existem cerca de 7,2 mil startup’s, pelo menos 675 delas são voltadas ao agronegócio, ajudando a fazer de uma região desértica e de escassez hídrica uma das agriculturas mais incríveis do mundo, utilizando até mesmo inteligência artificial para prever condições climáticas, realizar o uso racional da água ou aumentar a eficiência na gestão da colheita. Nesse sentido, para alcançar a excelência na produção de alimentos, o governo de Israel investe cerca de R$ 4 bilhões por ano nas Agtech’s para impulsionar cada vez mais o setor de inovação voltado à cadeia do agro.

A Bactolac, Agtech com sede na capital do estado do Amapá, Macapá, após anos de estudo, desenvolveu o produto Bacfish, um probiótico concentrado voltado à criação de peixes em criadouros que aumenta a taxa de sobrevivência em 12%, reduz a quantidade ração na alimentação em 39,1% e proporciona um ganho de peso em até 34,7%, reduzindo consideravelmente o tempo de abate dos peixes em 33%. Isso significa que o produtor da piscicultura pode elevar a sua rentabilidade a patamares de até 30% e, assim, garantindo mais robustez no reinvestimento e ampliação do negócio.

Estimulada pelo Sebrae, através do programa Inova Amazônia, realizado com o objetivo de criar 30 novos negócios no setor da bioeconomia no estado do Amapá, a Bactolac é uma pequena empresa composta por uma equipe de nove pessoas, mas que tem encontrado espaço no mercado da piscicultura amapaense e se organiza visando uma ampliação de produção e alcance de novos mercados, seja em outros estados brasileiros ou mesmo exportando o Bacfish, o produto que é seu carro chefe, para outros países do mundo.

No mercado interno, um dos principais alvos da Bactolac é o estado de Rondônia, principal produtor de peixe de cultivo em tanques do Brasil, e que colocou no mercado 57 mil toneladas de peixe no ano de 2023, segundo o Anuário Peixe BR da Piscicultura. No mercado externo, a China é o principal alvo da Agtech, visto que o país é o líder na produção de peixe de cultivo no mundo, até mesmo quando se trata de peixes amazônicos, como a pirapitinga (red pacu).

Segundo o CEO da Bactolac, Antônio Souza, “o Amapá tem um grande potencial ambiental, possuindo mais recursos hídricos do que o líder da produção de peixe de cultivo em tanques, mas é necessário um olhar especial para as políticas públicas que desenvolvam a cadeia da piscicultura, desde a assistência técnica até o aumento da escala na produção de grãos, base da ração animal utilizada na criação de peixes em tanques”.

A empresa visa se tornar uma referência em aditivo nutricional para a cadeia da piscicultura e, nesse sentido, tem se inserido em eventos de abrangência nacional e internacional, como o Segundo Desafio de Aquicultura, promovido pelo Hub Digital da Confederação Nacional da Agropecuária – CNA, do qual foi o grande destaque; e exposições na China e em Portugal, onde o chamado “mercado azul” possui grande relevância.

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