A estação seca é um momento de grande desafio para o pecuarista, pois é nesse período que as pastagens deixam o aspecto tenro, suculento e macio para um mais seco e fibroso. Com isso, as pastagens reduzem drasticamente a disponibilidade de nutrientes essenciais para os animais. A menor digestibilidade das forragens, bem como valores mais baixos de proteína e energia, faz com que o pecuarista seja obrigado a suplementar seus animais para que eles não tenham perdas produtivas significativas.
Além da diminuição da qualidade e quantidade de pasto, em muitas regiões a água também se torna um grande desafio, uma vez que a escassez de água pode acabar por inviabilizar a utilização de muitas pastagens.
MANEJO VALE OURO
A suplementação nutricional continua sendo a principal e melhor forma de encarar a estação seca sem perdas produtivas. Com base no que o pasto fornece, confrontado com a demanda nutricional dos animais, o produtor poderá escolher o produto a oferecer aos seus animais. Essa escolha é importante, pois dependendo do tipo de pastagem, perfil de criação, idade dos animais e desafios produtivos do lote, o produto que vai ao cocho deverá ser distinto.
Suplementos proteicos, energéticos e minerais são excelentes alternativas para compensar a carência das pastagens e o seu uso, quando adequadamente equilibrado, poderá aumentar a digestibilidade das fibras e estimular o consumo voluntário de forragem pelos animais, favorecendo o melhor desempenho dos animais.
A suplementação energética, que ganha esse nome graças à adição de ingredientes como milho e sorgo, também desempenha um importante papel nesse período, pois disponibiliza energia para manter a mantença e produção dos animais.
Outro ponto crucial, que deve ser considerado, são os minerais, tema que sempre nos remete ao fósforo, mas que tem uma lista que precisa ser atendida para o bom desempenho dos animais. Nesse quesito, as novas tecnologias, como a dos minerais orgânicos, favorecem muito o pecuarista, que pode utilizar-se de suplementos enriquecidos com minerais orgânicos para garantir que seus animais absorvam e utilizem ao máximo os microelementos minerais oferecidos ao rebanho.
ESTRATÉGIA DE FORRAGEM
Por muito tempo a pastagem diferida foi chamada de “feno em pé”, pois consiste no isolamento de uma área de pasto, que vedada ao pastejo dos animais, cresce e somente será liberada para o rebanho durante a estação seca.
A silagem e o feno são alternativas, porém mais empregadas para animais em criação intensiva. A produção de silagem se dá por diversas forrageiras, mas o milho, sorgo, milheto e panicuns são os mais comuns graças ao volume de matéria seca produzida por hectare.
GADO BEM SUPLEMENTADO NÃO PERDE PESO
Embora se diga que a seca afete bovinos e bubalinos, de leite e de corte, os verdadeiros afetados são os animais criados a pasto, afinal de contas são eles que sentem se o capim está seco ou verdinho. Animais estabulados estão sob a responsabilidade do tratador, que deverá garantir sua correta nutrição para que, fechados, eles não sofram com a escassez de alimentos lá fora.
Animais exigem boa estratégia nutricional, bom manejo de pastos, monitoramento do estado dos animais, boa separação de lotes para uma correta suplementação nutricional. A suplementação nutricional, o uso de forragens conservadas e a gestão da água, o uso de minerais orgânicos são elementos-chave para manter a saúde e a produtividade do rebanho em períodos de escassez. Dessa forma, sob orientação de um bom veterinário ou zootecnista, é possível atravessar a seca com os animais engordando, produzindo, emprenhando e dando lucro para o pecuarista.