Quando os Estados Unidos abrigavam cerca de 60 milhões de bisões selvagens e nenhum carro sequer existia, não se falava em crise climática. Hoje, com mais de 225 milhões de veículos movidos a combustíveis fósseis e praticamente o mesmo número de ruminantes, o vilão escolhido é o boi. Ignorar dois séculos de industrialização e explosão do transporte motorizado e a industrialização para apontar o dedo à pecuária revela mais ideologia do que ciência.
Até 1800 os Estados Unidos tinham cerca de 60 milhões de bisões selvagens, concentrados principalmente nas Grandes Planícies, em uma área que hoje corresponde ao centro dos EUA e Canadá. Nessa mesma época, o país tinha menos de 2 milhões de bovinos domésticos concentrados na região leste, a mais habitada até então. Nessa época não havia industrias ou carros, que foram inventados e popularizados no séculos seguinte.
Passados dois séculos, a população de bovinos e bisões selvagens nos Estados Unidos atingiu a marca de 100 milhões de cabeças, pouca coisa a mais que o número de ruminantes até 1800 na America. Porém agora com um número bastante maior de bovinos que bisões, quase extintos no período de colonização mas que graças a esforços conservacionistas a espécie foi salva e recuperou parcialmente a população de animais em vida livre, mas ainda assim muito abaixo do início da colonização. Já os veículos automotores, antes inexistentes, em 2000 superaram a marca 225 milhões de unidades circulando no país.
Quando olhamos para esse dados que mostram a população de ruminantes muito semelhante entre os dois períodos e o surgimento dos automóveis e indústrias seria honesto, ainda que minimamente, atribuir o aumento do CO₂ atmosférico à pecuária?