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Pobreza nossa: a farsa da militância ambiental no estado do Amapá

O estado do Amapá possui o maior percentual de seu território destinado à proteção natural integral, através das chamadas Áreas Atribuídas Legalmente. As primeiras unidades de conservação foram criadas nos anos de 1980, chegando em 2010 com 15 Unidades de Concervação, que são o Parque do Tumucumaque, Reserva Estadual do Amapá, RDS do Rio Iratapuru, Parque Nacional do Cabo Orange, Reserva Extrativista do Rio Cajari, Floresta Nacional do Amapá, Reserva Biológica do Lago Piratuba, Estação Ecológica do Jari, Estação Ecológica Maracá-Jipioca, Resex Beija-flor Brilho de Fogo, APA do Curiaú, Parque Municipal do Cancão, APA da Fazendinha, e a Reserva Biológica do Parazinho; além das RPPN’s Reserva Particular do Patrimônio Natural Retiro Paraíso, Reserva Particular do Patrimônio Natural Aldeia Eknox, Reserva Particular do Patrimônio Natural Revecom, Reserva Particular do Patrimônio Natural Seringal Triunfo e a Reserva Natural do Patrimônio Natural Retiro Boa Esperança. Somando-se isso às 05 Terras Indígenas Uaçá, Tumucumaque, Waiãpi, Rio Puru D’este e Zo’é; e às 06 Terras Quilombolas do Curiaú, São José do Mata Fome, Mel da Pedreira, Conceição do Macacoari, São Raimundo do Pirativa e comunidade do Rosa; temos um território de 11,7 milhões de hectares, representando 81,5%% de todo o território amapaense. Fazendo, por força de lei, do Amapá o estado com mais áreas legalmente atribuídas de todo o país.

Os mesmos fatores que contribuíram para a proteção destes territórios, também nos levaram a dados sociais devastadores. O Amapá tem quase a metade de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza, com 45,9% de pessoas que tem uma refeição completa a cada 3 dias, grande parte vivendo em condições sub-humanas em áreas de ressaca, agravando os quadros da violência, suicídio e saúde pública, ao mesmo tempo em que deixa desempregada 20,2% de toda a sua força de trabalho. Não obstante, o Amapá ainda entra (como sustenta a tese o empresário Fábio Renato Sousa), em um processo gradativo de empobrecimento pela falta da circulação de recurso no mercado interno, visto que, ao passo em que compramos de outros estados cerca 85% de todos os alimentos que consumimos, mandamos o dinheiro embora para termos o produto na mesa. Dinheiro que passa a circular no comércio de lá, gerando empregos nesses outros lugares. Dito isto, não resta a dúvida de que esta sociedade paga um preço elevadíssimo por ser o estado mais preservado do Brasil. E não há ONG internacional que pague este preço! E não há país europeu ou norte-americano nenhum que pague esse preço! Quem paga esse preço são todas as pessoas que moram no Amapá!

Trabalhadores e trabalhadoras sem trabalho, agricultores falindo, mães sem alimento na mesa, jovens e seus sonhos interrompidos pela falta de perspectiva e oportunidades para futuro.

Temos que utilizar o resto das terras que nos sobrou para produzir.  Por isso a importância de fazer funcionar de forma eficaz o manejo florestal, a produção de grãos no cerrado, a tecnificação da pecuária e hortifrútis. São as atividades agropecuárias, com a produção de matéria-prima, o principal caminho para industrializar o Amapá, fortalecer robustamente o comércio, aumentar a arrecadação de impostos e fortalecer os orçamentos públicos, e dar a dignidade através do trabalho, e a qualidade de vida que necessita cada pessoa que mora nessa terra.

Em nome da proteção ambiental (que, aliás, já super está garantida no Amapá), não podemos fazer das atividades produtivas um crime. Mas, precisamos ter um olhar atento e urgentíssimo para a liberação das licenças ambientais e títulos das terras para que o homem do campo possa trabalhar na terra que pisa, sem sofrer as penalidades de sua labuta.

Impedir a produção nas terras do Amapá é conveniente à classe política amapaense, sem propostas, mal intencionada em deixar a população pobre, desempregada e dependente dos cargos e contratos públicos, e absorvendo palavras vazias e práticas de construção de um ciclo dualista e vicioso que atrasa o Amapá por décadas.

 

Juan Monteiro – Jornalista, Especialista em Marketing do Agronegócio

 

 

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