A tragédia com as enchentes no Rio Grande do Sul impactou comunidades urbanas e rurais das mais diversas formas. Os números de perdas de vidas, propriedades e animais aumentam a cada dia e a tragédia supera todos os números anteriores. As preocupações com os desdobramentos aumentam com o avançar dos dias, pois além das chuvas não cessarem, as previsões climáticas já apontam a diminuição da temperatura para os próximos dias.
As cenas de destruição nas cidades tem sido divulgadas todos os dias, em todas as mídias; porém, outra tragédia gigantesca tem se descortinado silenciosamente na área rural. Centenas de cabeças de gado, ovelhas e outros animais foram levados ou morreram pelas águas e pela lama, carcaças são encontradas nos pastos e nas estradas e equipes de resgate formadas por voluntários, empresários rurais e organizações de proteção animal têm unido esforços para uma ação o mais rápido possível para salvar os animais.
Abrigos temporários para os animais resgatados foram criados, e alí os animais recebem os cuidados, alimento e segurança para esse momento. Médicos veterinários, zootecnistas, biólogos e outros profissionais trabalharam incansavelmente para garantir que cada animal receba a atenção mínima para a sua sobrevivência. Essas ações têm contado com o apoio da iniciativa privada, da indústria, revendas e distribuição veterinária para poderem atender minimamente esses animais em suas necessidades.
Correntes de doações de silagem, feno e ração foram organizadas e produtores de toda a região sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e outros estados estão enviando alimentos para a manutenção mínima de bovinos, ovinos e suínos que estão sem alimentos nas regiões afetadas e se não forem rapidamente atendidos poderão também vir a óbito.
Enquanto helicópteros sobrevoam áreas inundadas à procura de animais em risco, grupos com barcos recebem a localização e cordas, muita coragem e técnica se esforçam para alcançá-los. A determinação e coragem dos voluntários é algo admirável e tem feito as autoridades passarem vergonha frente a letargia e total despreparo para enfrentar uma catástrofe dessa natureza.
Os governos de alguns estados são o ponto fora da curva frente a inação do Governo Federal. Governadores de diversos estados, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais e São Paulo se mobilizaram já nas primeiras horas de anunciada a catástrofe e enviaram homens e equipamentos em apoio ao Rio Grande do Sul. Já a União mostrou uma total falta de preparo e coordenação; com ministros anunciando o não envio de recursos por não demanda dos prefeitos, órgãos federais (ANTT) parando e multando caminhões de donativos por excesso de peso, ministros dizendo que minorias seriam priorizadas e o presidente dizendo que está torcendo pelo Grêmio e pelo Internacional; um verdadeiro show de horrores e de incompetência em meio a uma tragédia que carece de agilidade e ação, e não de palanque para políticos.
Que o Rio Grande do Sul “siga mostrando valor e constância nessa ímpia e injusta guerra. Que sirvam suas façanhas de modelo toda terra.” De modelo a todos nós brasileiros que com o povo gaúcho está irmanado para superarmos essa tragédia. Sigamos firmes em nossas orações pelo povo gaúcho, mas também firmes no envio de donativos, recursos e buscando, nos mercados, adquirir produtos produzidos no Rio Grande do Sul , afinal; quando a água baixar eles precisarão retomar à vida naquilo que a nova normalidade permitir.