*Por Paulo Humaitá, Fundador e CEO da Bluefields
Já faz um tempo que a palavra convergência tem feito parte do nosso vocabulário aqui na Bluefields. Assim como a convergência entre educação e serviços financeiros tem ficado cada vez mais popular, a convergência biodigital é um termo que tem sido usado recentemente no mercado e se refere a novos hábitos ligados à saúde, que geram desdobramentos no setor alimentício, e consequentemente, no agronegócio.
O Brasil pode ter um futuro brilhante no biodigital, uma vez que aparecem cada vez mais startups relacionadas à essa convergência (healthtechs, foodtechs e agrotechs). Juntas, chegam a cerca de 3 mil startups no país, o que corresponde a 20% do total, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABS). Para se ter uma ideia, das investidas pela Anjos do Brasil em 2020, um terço delas são dos três setores do biodigital.
Ao compreender mais as iniciativas no biodigital, é possível perceber que o tempo de maturação de uma inovação biodigital pode ser superior ao de uma startup puramente digital. Uma vez que envolvem diretamente a saúde das pessoas em tratamentos, ou até mesmo aplicação de tecnologias IoT e inteligência artificial, agregados ao conhecimento e mapeamentos genéticos, para a longevidade em segmentos específicos como a economia prateada (público 60+).
No mercado brasileiro atualmente é possível perceber algumas convergências acontecendo: em alimentos e agronegócio, por exemplo, a BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, tem como meta que 10% de suas receitas sejam provenientes da inovação. No Hub BRF, plataforma de inovação aberta da empresa, o manifesto diz “unidos, faremos uma revolução do campo à mesa”, claramente uma das suas verticais está relacionada a startups do agronegócio.
A Danone, multinacional francesa de produtos alimentícios, por meio do programa de inovação Transforming Labs, tem selecionado startups no Brasil para geração de negócios, e uma das verticais priorizadas é a de healthtechs, com foco no relacionamento de equipes médicas.
Outro exemplo é o Grupo Jacto, reconhecido por sua inovação no agronegócio, por meio de iniciativas de tríplice-hélice (governo + empresas + instituições de ensino), que têm atuado junto a pesquisadores especializados em biotecnologia, com projetos que desenvolvem bioinsumos, visando a uma opção mais saudável para o consumidor final.
São muitas as possibilidades dentro da Convergência Biodigital. É por isso que nós aqui na Bluefields temos nos especializado cada vez mais nesse assunto, inclusive, o nosso próximo programa de inovação aberta e aceleração de startups – Biodigital Startups – será lançado com esta temática. Longa vida às inovações biodigitais brasileiras.
Sobre a Bluefields
Desde 2016 a Bluefields impulsiona startups ao oferecer soluções para as diferentes etapas da jornada: validação, aceleração de startups e inovação corporativa, especialmente nos setores da Convergência Biodigital (agronegócio, saúde e alimentos), Nanotecnologia e Educação. Com mais de 150 startups aceleradas, possui programas como o Sparks para empreendedores iniciantes, e o The Big Bam, para startups mais sólidas que buscam crescer no mercado. Ao acelerar, a Bluefields cumpre a missão de transformar vidas através do empreendedorismo, porque afinal, as startups de hoje são as grandes corporações do amanhã.
*Paulo Humaitá, fundador e CEO da Bluefields
Fundador e CEO da Bluefields, com 11 programas de ideação e aceleração realizados para cerca de 200 startups brasileiras de tecnologia e impacto. O executivo trabalhou como CFO em algumas startups, tendo papel chave na estruturação do negócio e na captação de investimento, inclusive na HeroSpark – atualmente uma das principais edtechs da América Latina. Humaitá teve passagem pela Novozymes, líder global em biotecnologia, onde atuou como Business Finance Partner sendo braço direito de diretores nas Américas para as principais decisões econômicas, e depois como Business Developer com objetivo de ajudar na formação do mercado de biocombustíveis na América Latina. Paulo tem formação em Economia pela UEL, especialização em estratégia na PUC e Chicago Booth e é mestre em Desenvolvimento de Novos Negócios pelo Mackenzie. “Na Bluefields, aprendemos que empreender é a ciência de acreditar no que ainda não se vê, ao inovar a partir do propósito e refletindo valores como integridade, amor e justiça”, afirma o CEO.