Dulcivânia Freitas, jornalista
Gestores e técnicos que atuam no projeto Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Amapá (ZEE-AP) participaram de treinamento para utilização da plataforma GeoInfo, desenvolvida para armazenar, organizar e compartilhar a geoinformação de pesquisas agropecuárias a partir de padrões seguros que possibilitam a preservação dos dados, geração de novas informações e difusão entre pesquisadores e usuários em geral.
O conteúdo da capacitação, ministrada em formato de videoconferência pela analista da Embrapa Territorial (Campinas/SP) Daniela Maciel Pinto, e pelo analista da Embrapa Solos (RJ) Ricardo de Oliveira Dart, incluiu a visão geral das camadas, mapas e documentos disponibilizados na plataforma GeoInfo; o decreto 6666/08 – INDE – compartilhamento de Metadados (Perfil MGB 2.0); tipos de dados – Upload; catalogação de dados; estilização dos dados no GeoInfo (arquivo SLD); mapas digitais – incorporação em outros ambientes; e conexão WMS e WFS.
A engenheira ambiental Lariana Têka Barra de Medeiros, auxiliar da coordenação do projeto ZEE-AP, foi uma das participantes do treinamento em gestão de dados espaciais no GeoInfo. Ela destaca como diferenciais de vantagens do uso do Geoinfo a exigência de padronização e organização dos dados, e a facilidade de disseminação das informações geradas e de acesso na plataforma. “A padronização é importante para que os dados gerados sejam mais confiáveis e possam ser usados futuramente em outros objetivos do Estado (Amapá). A facilidade de disseminação da informação possibilita que as informações geradas possam chegar a sociedade, instituições de ensino e pesquisa e a qualquer pessoa que necessite. É o feedback do projeto para com a sociedade”, acrescentou Lariana Medeiros, analista administrativa da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan) lotada na Unidade de Gestão de Programas Estratégicos (UGPE).
Também participaram do treinamento, o coordenador pela Embrapa do projeto ZEE Amapá, pesquisador Nagib Melém (representou o Chefe-Geral da Embrapa Amapá na abertura); pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), da Seplan, da Universidade Federal do Amapá (Unifap); estagiários de áreas técnicas da Embrapa Amazônia Oriental (Pará), além dos pesquisadores da Embrapa Amapá, Jamile Araújo (coordenadora adjunta do ZEE-AP) e José Francisco Pereira, responsável pelo GeoInfo no âmbito do Amapá. “Este curso foi realizado no escopo do plano de gestão do Zoneamento Ecológico Econômico do Amapá, a partir de uma plataforma definida para subsidiar os insumos necessários para o bom andamento das atividades do projeto”, explicou Nagib Melém.
ZEE em escala 1:250.000 (1 para 250 mil)
O ZEE é um instrumento previsto na Política Nacional do Meio Ambiente e com fundamentos na Constituição Federal, e se configura em instrumento para tomada de decisões com base nas características próprias das diversas regiões do Brasil, viabilizando o desenvolvimento sustentável a partir da compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a proteção ambiental. O mais recente projeto do ZEE do Amapá, de escala 1:250.000 (1 para 250 mil), é viabilizado por meio de contrato de prestação de serviços entre a Embrapa e o Governo do Amapá (contratante). Em linhas gerais, o Zoneamento vai ordenar oficialmente o território do Amapá, contemplando os aspectos econômicos, sociais e ambientais.
As atividades foram iniciadas em dezembro de 2019 com previsão de entrega para junho de 2022, porém o calendário foi alterado devido à necessária suspensão de trabalhos de campo por conta da pandemia do novo Coronavírus.
Com relação ao histórico do ZEE do Amapá, a elaboração foi iniciada em 1991 com a estruturação do Programa e a criação da Comissão Estadual. Desde então, ocorreram diversas etapas para implementá-lo. Alguns dos produtos gerados são o Macrodiagnóstico do Estado do Amapá -primeira aproximação do ZEE, e o Zoneamento Ecológico Econômico da Área Sul do Estado do Amapá.
Atualmente, o zoneamento do Estado do Amapá está na fase dos diagnósticos situacionais, para conclusão e validação pelo Governo Federal. Esta fase conta com a colaboração da Embrapa Amapá, Embrapa Territorial (Campinas-SP), Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), Universidade Federal do Amapá (Unifap) e Secretaria de Estado do Planejamento do Governo do Estado do Amapá. Os levantamentos estão subdivididos em diagnósticos temáticos: meio físico-biótico, organização jurídico-institucional e socioeconômico.
Base Cartográfica do Estado do Amapá
O ZEE proposto para o Amapá segue as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente para zoneamentos estaduais. O Governo do Estado entregou à Embrapa Territorial (Campinas-SP), unidade da Embrapa responsável por diversas atividades, a Base Cartográfica do Amapá, uma plataforma de dados georreferenciados de todo o território estadual, elaborada pelo Exército.
A plataforma já tem mapeados 75 mil milhas terrestres do território amapaense com informações sobre a população, água, solo, vegetação, entre outras, acompanhadas de imagens aéreas e de satélite. Os mapas cartografados na escala 1: 50000 abrangem informações e imagens de aproximadamente metade do território amapaense. A predominância desta escala é de dados de florestas e unidades de conservação. A outra metade será executada também pelo Exército numa escala mais precisa: 1: 25000, cujo foco se concentrará nos perímetros urbanos dos municípios amapaenses, onde serão mapeadas todas as estradas, ramais e assentamentos e cidades do Estado.
Saiba mais:
ZEE Amapá: http://zee.ap.gov.br | Plataforma GeoInfo: http://geoinfo.cnps.embrapa.br