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AS VANTAGENS DO USO DE TOUROS MELHORADORES NO REBANHO

O uso de touros certificados e melhoradores no rebanho de bovinos oferece vantagens que vão da melhoria genética até o aumento da eficiência produtiva e reprodutiva do rebanho. Já é notório que pecuaristas que investem na evolução genética do rebanho por meio de seleção e uso de touros melhoradores, tem um ganho gigantesco nos índices produtivos e na lucratividade da atividade.

Em momentos de crise ou baixa na pecuária, é comum, produtores deixarem a evolução genética de lado e trocarem os touros melhoradores por animais de boiada que, por mais belos e pesados que sejam, não se coparam a animais com genética certificada e índices zootécnicos comprovados. O atraso provocado por uma estação com touros de boiada pode ser de gerações e o prejuízo, ou melhor; o custo de oportunidade pode ser gigantesco.

Devo destacar a importância da pecuária bovina na produção de proteínas de origem animal para o mundo. Para otimizar a qualidade e eficiência da criação de bovinos, a utilização de touros melhoradores se destaca como uma prática essencial. Esses animais, cuidadosamente selecionados por meio de testes de desempenho, avaliação genômica, conformação racial, temperamento, entre outros, oferecem vantagens que impactam positivamente o desempenho do rebanho. Quem deixou os bois de boiada, ou de genética mediana para animais com genômica e provas de desempenho já comprovou isso e hoje faz as contas do quanto perdeu devido a demora em adotar essas práticas.

 

MELHORIA NA GENÉTICA AUMENTA O LUCRO DA ATIVIDADE

Dentre as vantagens do uso de animais melhoradores eu destaco a melhoria na genética do rebanho. Afinal, esses animais são escolhidos com base em critérios técnicos bastante específicos. Ganho de peso, peso à desmama, peso ao sobreano, eficiência alimentar, rusticidade, conformação racial, habilidade materna, características reprodutivas, conformação de carcaça, produção de leite e avaliação genômica são alguns dos itens avaliados para um touro ser considerado melhorador e disponibilizado para o mercado. Em geral, um touro é considerado melhorador quando a sua descendência é melhor que a descendência do seu pai, e isso resulta em uma progênie mais eficiente e uma melhoria genética do rebanho ao longo das gerações.

O aumento da produtividade com o uso de touros melhoradores é uma consequência natural e que contribui significativamente para o aumento da produtividade da propriedade e do lucro do produtor. O aprimoramento genético influencia diretamente no ganho de peso dos bezerros, acelerando o tempo necessário para atingir o peso ideal de abate. Outro ponto de destaque no uso de animais melhoradores é que esses animais tendem a imprimir características de melhor eficiência alimentar, maximizando o retorno sobre o investimento em rebanho e nutrição animal.

 

ROMPENDO FRONTEIRAS

Se no passado somente animais zebuínos poderiam ser utilizados no Centro Oeste e Norte do Brasil, a seleção de touros melhoradores de algumas raças tem permitido observamos animais taurinos ou mistos trabalhando no campo. Quem há trinta anos iria pensar em ver um animal taurino no meio da vacada no Centro Oeste do Brasil ou Norte do Brasil? Pois hoje isso é comum tanto por meio da bezerrada filha de IATF como por meio de animais adaptados, como a raça Braford, hoje em serviço em muitas fazendas no Norte e Centro Oeste do Brasil. Pontos como resistência às variações climáticas, adaptação ambiente e diferentes tipos de pastagens, resistência a doenças e parasitos são outros pontos que vem evoluindo a passos largos, e receberam um grande acelerador com a chegada dos marcadores moleculares, os moduladores de microbiota e as novas vacinas e fármacos disponíveis no mercado.

 

MELHOR QUALIDADE DA CARNE

Apesar de as demais características, a que mais salta aos olhos do pecuarista e do frigorífico é a melhora na qualidade de carcaça dos animais melhorados. Com a evolução da pecuária, os animais também passaram a ser avaliados pela conformação de carcaça e pela qualidade da carne entregue, com avaliação do volume e proporção de peças nobres, gordura entremeada e idade ao abate. E isso tem feito uma diferença gigantesca não somente para a pecuária, mas para o mercado consumidor, que após décadas já escolhe peças com um critério diferente do que fazíamos há trinta anos. Mérito do marketing da carne, mérito dos mercados e butiques de carne, mas mérito principalmente os dos criadores que adoraram genéticas melhoradoras e adaptaram as técnicas de criação para a entrega de animais a cada dia mais precoces e de qualidade para o mercado.

Foram anos falando que somente animais taurinos imprimiam marmoreio de carne até que começassem a surgir zebuínos com características que fizessem sua carne ganhar destaque no mercado. Hoje todos sabemos que macies tem relação direta com idade ao abate, e idade ao abate tem relação direta com precocidade. Há muito se dizia que marmoreio confere sabor e hoje há genéticas e até mesmo raças que conferem isso com maior ou menor impacto em suas progênies. Características como marmoreio, maciez e sabor vêm sendo aprimoradas ano a ano, atendendo às demandas crescentes dos consumidores por produtos de alta qualidade, beneficiando os produtores e toda uma cadeia produtiva e de consumo desse produto tão nobre.

 

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