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TRIPANOSSOMÍASE BOVINA, UMA DOENÇA SILENCIOSA QUE VEM COMPROMETENDO A SAÚDE, O BEM-ESTAR E A SUSTENTABILIDADE DAS PROPRIEDADES LEITEIRAS BRASILEIRAS

Também conhecida como “doença do sono” e frequentemente confundida com a “tristeza parasitária bovina”, a tripanossomíase é uma enfermidade parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma vivax. Os relatos da doença, antes restritos a países africanos, vem se tornando comuns no Brasil, predominantemente em rebanhos leiteiros. As consequências da presença do Tripanossoma vivax nos rebanhos recaem principalmente para a saúde e bem-estar animal, produção leiteira e consequente sustentabilidade de pequenas propriedades rurais.

 

Impactos na saúde do rebanho

A tripanossomíase bovina causa uma série de sinais clínicos debilitantes nos animais acometidos: febre, perda de peso, anemia, aborto em fêmeas prenhes e até mesmo a morte podem ser observados nos rebanhos infectados. A doença também provoca uma queda no sistema imune, tornando os animais mais suscetíveis a infecções oportunistas que podem agravar o quadro clínico dos animais.

 

Bem-estar animal

Como toda enfermidade que acomete os bovinos, a tripanossomíase compromete o bem-estar dos bovinos, causando desconforto e estresse. A febre, a fraqueza e a anemia resultantes da infecção impactam diretamente na qualidade de vida dos animais, levando a um declínio em sua condição física e capacidade de se alimentar normalmente. A doença, também conhecida como “doença-do-sono” deixa os animais letárgicos, afastados do rebanho e verdadeiramente perdem sua vivacidade, por isso a tripanossomíase é frequentemente confundida com a “tristeza parasitária bovina”.

 

Impactos na produção leiteira

A doença vem se tornando uma ameaça significativa para a produção leiteira em muitas regiões do Brasil. Além dos efeitos diretos sobre a saúde e a produtividade do rebanho, a tripanossomíase também pode resultar em perdas econômicas substanciais para os produtores de leite. Animais infectados produzem menos leite e apresentam uma qualidade inferior do produto, impactando diretamente na lucratividade da atividade.

No longo prazo, a tripanossomíase não controlada, certamente irá comprometer a sustentabilidade da propriedade. Os custos associados ao tratamento de animais acometidos podem ser elevados, mas nada que se compare ao tratamento e às perdas produtivas, e de animais, quando a doença se instala por todo o rebanho.

Por isso, a identificação da tripanossomíase bovina em uma propriedade rural merece toda a nossa atenção. Os cuidados para eliminar o mais rapidamente possível da doença do rebanho devem envolver um bom planejamento sanitário. Deve-se lembrar que propriedades em regiões onde a doença vem acontecendo devem implementar medidas de controle e prevenção que envolvem o exame prévio de animais adquiridos, controle de acesso de visitantes e uma rotina de exames em todo o rebanho.

 

Estratégias de controle e prevenção

A medida mais importante para reduzir os impactos da tripanossomíase bovina no rebanho é tratar corretamente os animais acometidos. Sem contendas e com fármacos específicos. Quanto antes tratarmos os animais doentes, mais rapidamente interrompemos o fluxo de transmissão.

Como já destacado, medidas de controle de acesso e entrada de animais se tornam necessárias a partir da presença da tripanossomíase na região. E isso inclui a implementação de práticas de manejo adequadas, como o controle de vetores e a quarentena de animais recém-adquiridos. Treinamento da mão de obra a respeito dos sinais clínicos da doença, definição de protocolos de tratamento e a realização regular de exames de diagnóstico para a identificação e tratamento precoce dos animais acometidos.

 

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