Mesmo diante dos impactos da pandemia do covid-19, a agropecuária apresentou alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça (1º), e analisados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo Comunicado Técnico da CNA, apesar do crescimento menor que o esperado pelo mercado nos meses de abril, maio e junho, o setor agropecuário segue em destaque, e descolado dos demais setores como o único com expectativa de crescimento em 2020.
A soja (5,9%), o arroz (7,3%) e o café (18,2%) têm sido os principais destaques da produção no início deste ano, conforme estimativas recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “O auxílio emergencial de R$ 600 minimizou os impactos econômicos na parcela mais vulnerável da população, garantindo sustentação de demanda, principalmente de alimentos e outros bens de consumo básicos”, diz o estudo.
De acordo com a CNA, apesar do crescimento verificado no trimestre, o setor não está imune à crise. Segmentos como os de hortaliças, frutas, leite, e produtos da aquicultura sofrem os impactos da queda do consumo das famílias.
Exportações
O resultado do PIB agropecuário também foi influenciado pela demanda externa. “A Peste Suína Africana na China e o impacto do Covid-19 no processamento de carne nos EUA tem sustentado a demanda internacional por proteínas brasileiras, amenizando os efeitos negativos da menor demanda doméstica pelo produto, especialmente dos cortes mais nobres”.
A procura da China por soja e carnes brasileiras, segundo a análise da CNA, explica o resultado positivo do setor no segundo trimestre de 2020. “Só para a China, o crescimento das exportações brasileiras do agro foi de 30,3% no primeiro semestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019”.
PIB Brasil
O Produto Interno Bruto do Brasil no segundo trimestre de 2020 apontou quedas de 9,7% frente ao primeiro trimestre desse ano, e de 11,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Foram as piores retrações econômicas de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
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