Peões, cavalos, espora, mango e relho; até bem pouco tempo essa era a imagem da pecuária brasileira, mas esse cenário está mudando. Esses instrumentos foram aposentados nas fazendas mais modernas e deram lugar ao manejo racional. Os treinadores de cavalos vêm passando a utilizar a doma racional e doma Índia com resultados muito melhores e mais rápidos em suas tropas, que ganham em qualidade de vida, redução de lesões e mais longevidade. E não se espante com as mudanças na pecuária, pois o processo de mudança será a cada dia mais acelerado.
Na pecuária moderna não mais se tolera perder desempenho dos animais em decorrência de endo ou ectoparasitos, e o combate dessas pragas evolui dia a dia por meio de produtos sem resistência parasitária, pour-on sem estresse, vacinas e até mesmo terapêuticos misturados à nutrição dos animais. O resíduo desses produtos é outro ponto que evoluiu sensivelmente e produtos com resíduo zero são a cada dia mais pesquisados pela indústria.
A apartação do gado para a engorda ganhou o ultrassom como um aliado eficaz na seleção de animais com potencial de desenvolvimento padrão, minimizando a necessidade de se “descascar” lotes devido ao desempenho desuniforme. A tecnologia identifica as fibras musculares e classifica os animais não mais pelo estereótipo, mas pelo grupamento muscular e potencial de crescimento e engorda. Os profissionais habilitados para o uso dessa técnica ainda são poucos, mas já os encontro em alguns confinamentos Brasil afora.
Não bastasse isso, nessa semana lí a notícia de que as cercas virtuais deixaram de ser uma discussão acadêmica e ganharam o campo. Essa é uma tecnologia utilizada com sucesso no pastejo rotacionado nos Estados Unidos e Austrália já algum tempo e com a recente aquisição de uma gigante de saúde animal, a “virtual fence” poderá ser disponibilizada também para outros países em um curto espaço de tempo. As cercas virtuais prometem maior flexibilidade e agilidade ao pecuarista na hora de planejar o pastejo de suas vacas, que deixará de ser feito por meio da movimentação de arames e estacas, por um simples click na tela de um tablet ou celular. Quem sabe logo possamos ter vaquinhas monitoradas por cercas virtuais também aqui no Brasil?
OUTRAS TECNOLOGIAS UTILIZADA NA PECUÁRIA E QUE TALVEZ VOCÊ AINDA NÃO CONHEÇA
MONITORAMENTO EM TEMPO REAL
Sistemas que monitoram a movimentação, temperatura, movimentos ruminais e até mesmo conseguem predizer a possibilidade de alguma doença com os animais. O sistema funciona por meio de chips e já é operante em diversos países.
MÁSCARAS PARA FILTRAGEM E MEDIÇÃO DA EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA
Essas máscaras já estão em fase avançada de desenvolvimento e testes e alguns países já podem ser observados animais utilizando o novo adereço. Estima-se que muito além da função de filtragem e medição de gases, as máscaras, por sua estrutura e tamanho, poderão ser também abrigar dispositivos para monitoramento animal em tempo real e para as cercas virtuais.
CONTROLE DE MOSCAS BY PASS – FLY CONTROL
Essa é uma tecnologia antiga e até então dominada por somente uma empresa no Brasil. Em outros países, como Estados Unidos, há diferentes empresas que concorrem com ativos diferentes nesse mercado. Embora já consolidada, a tecnologia deverá ganhar ainda mais destaque a partir dos próximos anos, quando algumas patentes de ativos começarão a cair e outras empresas poderão explorar a tecnologia.
PESAGEM AUTOMÁTICA DE ANIMAIS
Recentemente uma empresa do setor automotivo entrou no mercado pecuário com uma novidade, a pesagem automática de animais confinados. O sistema consiste em balanças de grande precisão disponibilizadas em locais estratégicos do confinamento e de passagem obrigatória dos animais, que ao passarem, são pesados e um software analisa os dados, elimina as falhas e informa o GMD, entre outros dados, dos animais confinados. O sistema já está operante e disponível para os pecuaristas brasileiros.