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AÇAÍ: CALÇOENE FARÁ DO AMAPÁ O SEGUNDO NO MERCADO DO FRUTO

A cultura ancestral amazônica do açaí ganha os mercados mundo a fora e novas tecnologias são necessárias na maximização da produtividade, agregação de valor, sustentabilidade e comercialização voltada a consumidores mais exigentes.

O açaí é uma fruta originária da região amazônica, encontrada em países como Brasil, Peru, Colômbia e Suriname. Acredita-se que o consumo do açaí seja uma prática antiga de tribos indígenas da região, que utilizavam a fruta como alimento e medicamento.

A palavra “açaí” tem origem no tupi-guarani, e significa “fruto que chora”. A fruta é produzida por uma espécie de palmeira chamada Euterpe Oleracea, que cresce em áreas alagadas e florestas úmidas da região amazônica.

Nos últimos anos, o açaí ganhou popularidade em todo o mundo, principalmente por suas propriedades nutricionais e por ser considerado um superalimento. Hoje, o açaí é amplamente consumido em forma de polpa congelada, sucos, vitaminas e sorvetes. Muitas vezes é comercializado como um superalimento devido aos seus altos níveis de antioxidantes, fibras e gorduras saudáveis.

O Pará é o maior produtor de açaí no Brasil, com cerca de 90% da produção nacional. Em 2021, a produção de açaí no estado foi de cerca de 1,2 milhão de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria da produção é destinada ao mercado interno, mas também há exportações para países como Estados Unidos, Japão e Reino Unido.

O segundo maior produtor de açaí no Brasil é o estado do Amazonas, com cerca de 5% da produção nacional. Em 2021 a produção de açaí no estado foi de cerca de 61 mil toneladas, segundo o IBGE. A maior parte da produção é destinada ao mercado interno.

O Amapá é o terceiro maior produtor de açaí no Brasil, com cerca de 3% da produção nacional. Em 2021, a produção de açaí no estado foi de cerca de 43 mil toneladas, segundo o IBGE. A maior parte da produção é destinada ao mercado interno. A outra parte de produção é exportada em polpa ou creme por agroindústrias existentes na região.

Maranhão: É um dos estados que mais cresce na produção de açaí nos últimos anos, com cerca de 2% da produção nacional. Em 2021, a produção de açaí no estado foi de cerca de 28 mil toneladas, segundo o IBGE. A maioria da produção é destinada ao mercado interno.

Rondônia: É um dos estados que mais cresce na produção de açaí nos últimos anos, com cerca de 1% da produção nacional. Em 2021, a produção de açaí no estado foi de cerca de 11 mil toneladas, segundo o IBGE. A maioria da produção é destinada ao mercado interno.

Os dados de exportação de açaí são menos precisos, mas sabe-se que o Brasil exportou cerca de US$ 206 milhões em açaí em 2021, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os principais destinos de exportação foram Estados Unidos, México, Japão, Espanha e Reino Unido.

No entanto, o ranking de produção e exportação dos estados está prestes a sofrer uma alteração graças a novos processos produtivos desenvolvidos no município amapaense de Calçoene, onde se encontra instalada a empresa Schultz Agroambiental, que passou a realizar o plantio das palmeiras de açaí em larga escala no bioma cerrado, em um projeto desbravador que usa as vantagens climáticas e tecnologias garantidoras da alta sustentabilidade de todo o processo produtivo verticalizado.

As sementes multiplicadas pela própria empresa são da comunidade do Cunani, considerada pela mesma como uma das melhores genéticas de açaí do mundo, se destacando em produtividade em virtude do tamanho da baga e seu volume de polpa, e de paladar extremamente saboroso.

Anualmente, cerca de 600 mil novas mudas são produzidas e introduzidas gradativamente no campo onde o manejo cuidadoso utiliza palhada de açaí para reduzir a lixiviação do adubo orgânico produzido pela Schultz Agroambiental através do sistema de compostagem, tendo como base os resíduos sólidos comprados das diversas indústrias pesqueiras existentes em Calçoene, o que reduz drasticamente os impactos ambientais ocasionados por essas indústrias ao solo e rios da região. São 5 mil toneladas de adubo orgânico por ano, usadas para nutrir as palmeiras da fazenda e fortalecer a economia local por meio de doações a pequenos produtores de diversas culturas.

Segundo a Schultz Agroambiental, o projeto consiste na maior plantação de açaí do planeta com 2.730 de hectares cultivados e mais de 2 milhões de palmeiras não irrigadas, pois aproveita a vantagem climática de estar na região mais chuvosa do país com 4.165 milímetros por ano. Neste sentido, a projeção de produtividade é de 16 toneladas por hectare e um volume bruto de produção de 43.680 toneladas a cada safra.

Os números são tão impressionantes que, se considerarmos a terceira posição do Amapá na produção de açaí com 40 mil toneladas, a produção de açaí em escala no cerrado amapaense levaria o estado à segunda posição, superando as 63 mil toneladas produzidas pelo estado do Amazonas.

Estima-se que a primeira safra do açaí produzida em larga escala no cerrado ocorra em um ano e meio, ainda com a 42% do plantio até que a totalidade da área plantada entre em colheita. No entanto, a empresa possui a capacidade de multiplicar em oito vezes a sua produção, seja pelo aumento de área ou agregação de tecnologias capazes de contribuir com a elevação de produtividade.

A última etapa do processo produtivo iniciou em janeiro desse ano com a construção de uma agroindústria dentro da própria fazenda, voltada à fabricação de polpas, cremes e sorvetes de alta qualidade para alcançar o mercado nacional e os mercados americano, europeu, árabe e chinês.

 

Saiba mais em https://schultzamazonia.com.br

Juan Monteiro
Jornalista e Administrador
Especialista em Marketing do Agronegócio
Especialista em Economia do Agronegócio

 

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