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Ajuda de Fundo fez com que pequenos agricultores pudessem atuar em outras frentes para aproveitar safra do Cambuci, fruta típica da Mata Atlântica
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Em meio à pandemia, agricultura de produtos nativos ameaçados é recuperada

Da Redação

Os micro e pequenos empreendedores, que sempre se destacaram pela criatividade, tiveram, mais do que nunca, que se reinventar em meio à pandemia da Covid-19. Mas para os produtores, agricultores familiares e instituições que os apoiam através de eventos e feiras para comercializarem seus produtos, a dificuldade neste último ano foi ainda maior.

Exemplo disso é o que aconteceu com a “Rota do Cambuci”, que nasceu como um roteiro de festivais gastronômicos em 2009 e, 10 anos depois, em 2019, já contava com mais de 200 produtores artesanais envolvidos, em mais de 20 municípios do entorno da Serra do Mar. Já os agricultores familiares responsáveis pela safra de 200 toneladas de cambuci, colhida entre março e maio, tiveram que se conformar com o cancelamento dos 23 festivais que ocorreriam no ano passado, por conta do coronavírus.

Foi então que o Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus – encabeçou uma ajuda financeira ao Instituto Auá, responsável pela “Rota do Cambuci”, a partir de uma linha de crédito emergencial, que ofereceu a organizações afetadas pela crise da Covid-19 empréstimos de até R$ 200 mil a juros abaixo do mercado. A Conexsus trabalha para ativar o ecossistema de agricultura familiar e florestais através de soluções financeiras, ampliação e fortalecimento das conexões entre os negócios comunitários e o mercado, além de assessoria de modelagem de negócio. Na pandemia, auxiliou cerca de 80 associações e cooperativas rurais focadas na sustentabilidade. Foram mais de R$ 6,4 milhões em dinheiro emprestado a produtores que não se enquadravam nos requisitos para conseguir empréstimo em banco ou ajuda do governo.

Com o auxílio, disponibilizado pela Conexsus em setembro de 2020, o Instituto Auá conseguiu pagar os colaboradores e as contas de energia da sede da organização, em Osasco/SP. Para os produtores artesanais, o recurso foi utilizado para colocar os produtos em um e-commerce através da loja do Armazém Biomas, que será inaugurada ainda neste mês de abril. E para os agricultores, o fundo da Conexsus serviu para a diversificação de produtos feitos com a colheita das frutas nativas para o varejo e hospitais.

“Só a câmara fria de armazenagem de produtos, que fica na sede do instituto, tem um custo mensal de manutenção de R$ 5 mil”, conta o presidente Gabriel Menezes. Sobre o desenvolvimento de novos produtos, ele revela que antes eram produzidos apenas picolés de frutas como jabuticaba, juçara com banana, uvaia e, claro, cambuci. Com a ajuda do fundo da Conexsus, foi possível fabricar sorvetes de massa em potes de 120 gramas, 2 e 5 litros, que estão sendo vendidos para indústrias, restaurantes e prefeituras.

Fruta

A instituição também conseguiu, com o apoio financeiro, investir na comunicação corporativa e vai lançar uma campanha online da safra deste ano, além de um festival delivery com os restaurantes participantes. “Se não tivéssemos tido acesso ao fundo, no segundo trimestre de 2020 teríamos fechado as portas e um projeto de uma década teria chegado ao fim”, ressalta Menezes que exalta a importância da comercialização de uma fruta típica da Mata Atlântica. “É um produto do nosso país, que sustenta centenas de pessoas. Precisa ser valorizado”.

Sobre a Conexsus

O Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público que atua para ativar o ecossistema de negócios comunitários de impacto socioambiental, ampliando sua contribuição para a geração de renda no campo e para a conservação de florestas e biomas. Seu objetivo é fortalecer as iniciativas que mantêm a resiliência territorial e climática a partir do desenvolvimento de negócios sustentáveis no Brasil, com foco na agenda climática global e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

 

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