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PRODUÇÃO BRASILEIRA DE PESCADOS – QUANDO A COMPETÊNCIA DO PRODUTOR ESBARRA NA INEFICIÊNCIA DO ESTADO

Embora o consumo de pescado pelos brasileiros ainda seja pequeno, cerca de 5 Kg por pessoa, o país vem evoluindo a passos largos o peixe é a proteína animal que mais cresce a produção. O próximo passo da atividade será aumentar o consumo interno e fazer com que o pescado não seja consumido somente em datas especiais.

Segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), a produção brasileira de pescado cresceu cerca de 4,74%, atingindo o volume de 841 mil toneladas. O que coloca o país entre os maiores produtores de pescado do mundo e comprova a vocação do produtor rural brasileiro em alimentar o mundo.

A tilápia nilótica é o peixe mais criado no país e a evolução dos controles sanitários e nutricionais tem permitido ganhos de peso a cada dia maiores para esse peixe que tem no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul os principais criadores, somando um total de 381,29 mil toneladas produzidas, o que equivale a 71,40% de toda a produção nacional da espécie.

A regularização ambiental continua sendo um entrave para a produção de espécies nativas, que recuou 5,85% em comparação ao ano anterior. Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Pará e Roraima e são respectivamente os maiores produtores de peixes nativos do Brasil e respondem por mais de 147 mil toneladas de peixes das espécies nativas produzidas no país. O tambaqui é a espécie nativa mais criada, mas a pirapitinga, pacu, tambatinga e o pirarucu também tem recebido atenção dos criadores, principalmente na região norte do país que por características climáticas e culturais, tem grande predileção pelas espécies nativas. Esses cinco estados somam 69,3% da produção brasileira de peixes nativos, que por sua vez representam 39,84% das espécies produzidas no Brasil.

A evolução da sanidade, nutrição e manejo de peixes tem encontrado na tecnologia seu grande aliado. Se há algum tempo era impensável o monitoramento de peixes por cardume, hoje é uma rotina de muitos criatórios. Vacinas, enzimas, antibióticos e probióticos se tornaram comuns da rotina dos criatórios mais avançados. Espécies antes exclusivas de cursos naturais de água, graças a técnicas de alevinagem, monitoramento de fêmeas e nutrição equilibrada, hoje tem sua criação consolidada em praticamente todos os estados da região norte, como no caso do pirarucu. Outras espécies exóticas, como a truta, são criadas em regiões de águas frias, mas que sem essa evolução tecnológica o volume criado seria bem menor.

Em 2023 se espera que a piscicultura brasileira continue evoluindo e ganhando mercados. Esperamos que os nós continuem sendo desatados e a região Norte possa voltar a crescer na criação de peixes nativos tanto quanto as regiões Sul e Sudeste tem evoluído com as espécies exóticas. E o caminho é um só: mais tecnologia, mais saúde, mais nutrição e menos entraves políticos; essa é a receita de sucesso e que esperamos que seja seguida para o bem de todos, produtores e consumidores.

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